Do espaço ao poste de energia: o impacto do aeroespacial no desenvolvimento do setor elétrico
A relação entre a indústria aeroespacial e o desenvolvimento do setor elétrico pode não ser imediatamente óbvia para muitos, mas essa conexão está na base de inovações essenciais que moldam a forma como geramos e distribuímos energia.
Tecnologias derivadas do espaço, como a sincronização de sistemas de proteção e o monitoramento detalhado de vegetação via satélite, são exemplos de como a expertise aeroespacial está impactando diretamente a eficiência e a segurança da rede elétrica.
Atualmente, a importância dessa integração tecnológica é mais evidente do que nunca. O custo de lançamentos espaciais caiu drasticamente, com uma redução de mais de 95% desde o início dos anos 2000, facilitando o acesso a tecnologias de ponta que antes eram exclusivas de grandes agências espaciais, é o que mostra um relatório do banco Citi.
Essa redução de custos está permitindo que empresas em todo o mundo utilizem dados de satélites para aprimorar a gestão de recursos críticos, como a energia elétrica, melhorando aspectos como a confiabilidade e a sustentabilidade de suas operações. Saiba mais sobre assunto no artigo!
Monitoramento e gestão de vegetação
No Brasil, onde cerca de 30% a 40% das falhas na distribuição de energia são causadas pelo contato de árvores com linhas de transmissão, a fusão de dados de imagens de satélite com outras fontes de informação tem o potencial de otimizar o gerenciamento de ativos no setor elétrico.
Para mitigar esses riscos, a integração de tecnologias espaciais, como imagens de satélite, com Sistemas de Informação Geográfica (GIS) tem se mostrado uma solução eficaz. A combinação de dados de satélites com outras fontes de informação permite que as concessionárias monitorem, em tempo real, a vegetação que ameaça suas redes, identificando as áreas que necessitam de intervenção.
Sistemas avançados de Inteligência Artificial (IA) são então empregados para classificar as árvores, gerenciar seu ciclo de crescimento e gerar planos operacionais de poda. Dessa maneira, as equipes de manutenção podem atuar de forma proativa, antes mesmo que haja uma intercorrência.
Além disso, essas tecnologias permitem a otimização das rotas das equipes de poda, que são monitoradas por sistemas de posicionamento como GPS ou outros serviços GNSS. O resultado é a melhora a eficiência das operações e a redução nos custos operacionais, uma vez que podas desnecessárias são evitadas, liberando recursos para áreas de maior risco.
Sincronização precisa como base da segurança energética
No setor elétrico, a sincronização precisa dos sistemas de proteção é um fator crítico para a segurança e a eficiência da distribuição de energia. Os sistemas elétricos modernos dependem fortemente de dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs) que precisam operar de maneira síncrona para garantir a estabilidade e a proteção de toda a rede.
Essa sincronização é obtida por meio de receptores de satélite, como os do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), que incluem constelações como GPS, Beidou, Glonass e Galileo.
Os satélites fornecem informações temporais com precisão milimétrica, o que é essencial para que os IEDs funcionem de forma coordenada em toda a infraestrutura elétrica. A falta de sincronização adequada pode levar a falhas em cascata, resultando em apagões ou danos a equipamentos críticos.
Além disso, a integração dessas tecnologias espaciais no setor elétrico está alinhada com as metas globais de desenvolvimento sustentável. A redução dos custos de lançamento de satélites, juntamente com os avanços em sensores de alta resolução, está tornando essas soluções mais acessíveis e eficazes.
Medição Fasorial Sincronizada
Baseada em dados precisos fornecidos por satélites GNSS, a MFS (Medição Fasorial Sincronizada) permite a mensuração em tempo real das formas de onda de tensões e correntes elétricas, além de suas respectivas relações de fase. Feitas com uma precisão milimétrica, elas permitem uma resposta rápida e eficaz a quaisquer anomalias na rede.
Os equipamentos responsáveis por essas medições, conhecidos como Phasor Measurement Units (PMUs), capturam dados a cada milissegundo, oferecendo uma visão detalhada do comportamento da rede elétrica. Com essas informações, é possível ajustar o sistema em tempo real, evitando falhas que poderiam causar interrupções de energia em larga escala.
Dois setores da economia com uma relação íntima
Como vimos, a integração das tecnologias aeroespaciais no setor elétrico já é um fato e elas estão presentes nas empresas de energia. Essa é uma demonstração de como a colaboração entre diferentes indústrias pode resultar em inovações que transformam a maneira como geramos, transmitimos e distribuímos energia.
Tecnologias como a sincronização precisa dos sistemas de proteção até o monitoramento avançado da vegetação e a medição fasorial sincronizada deixaram de ser projeções para o futuro para tornarem-se realidades que estão moldando um futuro mais seguro e eficiente para a energia elétrica.
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