Modernização de subestações: é melhor substituir ou atualizar RTUs?

Concert Technologies • 25 de setembro de 2025

O setor elétrico global passa por uma transformação tecnológica profunda. Modernizar a infraestrutura de redes – incluindo subestações – tornou-se um movimento mundial, impulsionado pela digitalização e pela transição energética em direção a fontes limpas. Nas palavras da Agência Internacional de Energia: “Redes modernas, inteligentes e expandidas são essenciais para transições energéticas bem-sucedidas.”


Não por acaso, grande parte das concessionárias já iniciaram  projetos de modernização de suas subestações, integrando recursos de smart grid, renováveis distribuídas e sistemas mais inteligentes.


Nesse cenário estão as unidades terminais remotas (RTUs) – ou simplesmente “remotas”, dispositivos microprocessados instalados nas subestações que monitoram e controlam os equipamentos de campo, funcionando como interface entre o mundo físico e os sistemas de supervisão e controle.

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Esses equipamentos, que coletam dados de medição, enviam para o centro de controle, e recebem comandos para atuar disjuntores, seccionadoras e outros equipamentos em tempo real, também necessitam de modernização. Porém, como veremos a seguir, atualizar RTUs legadas (antigas) traz desafios (e oportunidades) consideráveis e que podem ser traduzidas em economia de tempo e dinheiro para concessionárias.


Quer entender melhor quais são esses desafios – e as oportunidades que surgem ao superá-los? É só continuar lendo!


Desafios na Atualização de RTUs


Mesmo diante de tantas inovações, muitas concessionárias ainda operam RTUs instaladas há décadas. Lidar com esses sistemas legados não é trivial. Entre os principais desafios para atualizar ou substituir RTUs antigas, destacam-se:


·      Obsolescência e suporte técnico precário: Equipamentos legados sofrem com a falta de peças de reposição e com fornecedores que já descontinuaram esses produtos, dificultando reparos e manutenção. Em certos casos, a RTU foi descontinuada pelo fabricante, forçando a empresa a buscar uma mudança não planejada.


·      Limitações de integração: RTUs antigas frequentemente não conseguem interfacear com dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs) modernos ou suportar protocolos atuais de comunicação. Por exemplo, muitas não oferecem compatibilidade com padrões como IEC 61850, DNP3 ou mesmo IP, o que impede aproveitar totalmente os novos recursos de automação. Protocolos legados não permitem explorar o volume e a qualidade de dados que os equipamentos atuais podem fornecer, criando ilhas de informação.


·      Confiabilidade reduzida e alto custo de manutenção: Sistemas instalados há 20 ou 30 anos estão mais sujeitos a falhas e interrupções. Componentes envelhecidos podem apresentar problemas de confiabilidade, elevando o risco de panes na subestação. Além disso, a manutenção torna-se mais onerosa – seja pela escassez de peças e conhecimento especializado, seja pela necessidade de intervenções frequentes para manter equipamentos antiquados operando. O resultado são custos operacionais crescentes ao longo do tempo e dificuldade em atingir os níveis de desempenho e disponibilidade exigidos atualmente.


·      Dependência de conhecimento específico: A operação de RTUs legadas muitas vezes depende de profissionais experientes familiarizados com aquela tecnologia antiga. Treinar novas equipes em plataformas obsoletas é demorado – um engenheiro pode levar 2 a 3 anos para dominar plenamente um sistema legado complexo. Isso gera grande dependência de poucos especialistas, o que representa um risco à continuidade do negócio caso essas pessoas se aposentem ou saiam da empresa.


·      Riscos à segurança cibernética: RTUs projetadas em outra época nem sempre suportam os recursos modernos de cybersecurity. Atualizações de firmware e patches de segurança podem não estar mais disponíveis ou ser difíceis de aplicar. Assim, vulnerabilidades conhecidas permanecem expostas, aumentando o risco de incidentes de segurança. Além disso, a falta de segregação de redes e de suporte a criptografia nos equipamentos legados dificulta a conformidade com padrões atuais de segurança, como as exigências regulatórias (por exemplo, CIP no setor elétrico norte-americano).


Substituir vs. Modernizar Gradualmente

Diante dos obstáculos mencionados, duas estratégias gerais se apresentam para modernizar as RTUs: a substituição completa do sistema legado por um novo, ou a modernização gradual (modular) aproveitando parte da infraestrutura existente.


Cada abordagem possui vantagens e desvantagens em termos de investimento, retorno e praticidade de implantação.


Substituição completa


A substituição completa consiste em trocar a RTU legada por um equipamento novo de última geração, reinventando totalmente o sistema de automação da subestação. Essa abordagem permite atualizar toda a tecnologia de uma só vez, eliminando imediatamente as limitações antigas e garantindo compatibilidade com protocolos modernos, exigências de cibersegurança e demais padrões atuais.


Por outro lado, essa estratégia envolve um investimento inicial elevado e concentrado, já que exige a aquisição de novos IEDs, controladores e serviços de instalação. Também demanda maior tempo de parada da subestação, pois é necessário remover o sistema antigo e comissionar o novo integralmente.


O processo traz complexidade adicional ao exigir a atualização simultânea de todos os esquemas de fiação, desenhos e pontos de SCADA, o que representa esforço significativo de engenharia e testes. Além disso, a equipe precisa ser treinada no novo sistema, o que amplia a curva de aprendizado.


Em resumo, embora resolva os problemas técnicos de forma definitiva, a modernização requer alto investimento, tempo de implementação e um planejamento rigoroso para garantir uma transição segura.


Modernizar Gradualmente


A modernização gradual adota uma estratégia modular, com atualizações por etapas e o aproveitamento da infraestrutura já instalada. Em vez de substituir toda a RTU e os painéis de uma só vez, trocam-se apenas os componentes obsoletos, como a CPU ou placas específicas, mantendo-se os cabos de campo, gabinetes e infraestrutura originais quando viável.


Com a reutilização de parte do sistema, muitas vezes evita-se a necessidade de refazer todo o cabeamento, o que economiza tempo de comissionamento e mão de obra. Há casos em que upgrades foram realizados em menos de um dia por subestação — um ganho considerável em comparação às paradas prolongadas exigidas por uma substituição completa.


Do ponto de vista da engenharia, também há benefícios: não é necessário redesenhar todos os esquemas, o que pode reduzir drasticamente o esforço de projeto — . Além disso, ao estender a vida útil dos ativos existentes, como painéis e fiação, o retorno sobre o investimento tende a ser mais atrativo; há estudos de caso apontando reduções de até 60% no custo total do projeto com essa abordagem.


Apesar dessas vantagens, é importante considerar que a modernização incremental pode gerar uma convivência temporária entre tecnologias antigas e novas, exigindo atenção à interoperabilidade. Algumas limitações dos equipamentos legados podem persistir até que sejam atualizados nas fases seguintes. Ou seja, a modernização gradual exige planejamento técnico detalhado para assegurar compatibilidade, desempenho sustentáveis ao longo do tempo.


A solução da Concert Technologies em parceria com a Minsait


Na hora de modernizar uma subestação, um dos grandes dilemas é: como avançar tecnologicamente sem ter que desmontar toda a estrutura já existente? Foi pensando nisso que a Concert Technologies, em parceria com a Minsait, passou a oferecer ao mercado brasileiro uma solução prática, segura e econômica para atualização de RTUs.


O grande destaque dessa parceria é o módulo controlador NTX, que permite modernizar remotas legadas sem a necessidade de substituir todo o painel ou refazer cabeamento. Em vez de uma troca completa, o NTX se adapta aos painéis existentes – como os modelos D20 da GE ou Telegyr 5700 da Siemens/LG – e atualiza apenas os componentes críticos. O resultado? Uma economia que pode chegar a até 60% em relação a uma substituição tradicional.


A solução é oferecida em duas versões principais:

·      NTX‑U20, voltado para painéis GE D20 e D400;

·      NTX‑U57, compatível com as RTUs LG/Siemens Telegyr 5700.


Além da compatibilidade com protocolos amplamente utilizados no setor – como DNP3, Modbus e IEC 60870 –, os módulos NTX oferecem recursos como diagnóstico remoto, suporte a redes IP e melhorias significativas em cibersegurança. Tudo isso com implantação rápida e mínima intervenção no dia a dia da subestação.


Na prática, essa abordagem modular e escalável é ideal para concessionárias que querem evoluir sua infraestrutura sem grandes interrupções, preservando investimentos anteriores e ganhando tempo para planejar outras etapas da modernização.


Para otimizar a integração do módulo NTX ao ambiente existente, organizamos um processo faseado que começa com um mapeamento colaborativo das rotinas operacionais, segue com workshops de alinhamento prático e culmina em um plano de implantação adaptável às particularidades de cada subestação.


Durante essa jornada, disponibilizamos treinamentos direcionados aos operadores e relatórios periódicos de desempenho, de modo a ajustar continuamente os fluxos de dados e os procedimentos de manutenção.


Conclusão


Falar em modernizar subestações hoje vai muito além de trocar um equipamento antigo por outro mais novo. É uma decisão estratégica, que impacta diretamente a segurança, a eficiência operacional e a capacidade de acompanhar as transformações do setor elétrico.

Em muitos casos, a modernização pode até fazer sentido. Mas, na prática, a modernização gradual tem se mostrado uma alternativa mais flexível, econômica e adaptável à realidade das utilities brasileiras. Principalmente quando é possível aproveitar parte da infraestrutura já existente e reduzir o tempo de parada das subestações.


Nesse cenário, contar com parceiros que conhecem de perto os desafios do setor e oferecem soluções testadas no mercado internacional faz toda a diferença. É isso que buscamos com a parceria entre a Concert Technologies e a Minsait: viabilizar a modernização das remotas de forma inteligente, com menos impacto para a operação e mais preparo para o futuro da rede.


Quer levar essa modernidade para sua subestação? Fale com nossos especialistas!

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Por Concert Technologies 25 de setembro de 2025
O impacto de eventos climáticos extremos na rede elétrica e como protegê-la Nos últimos anos, o aumento da temperatura global tem levado a mudanças significativas nos padrões climáticos, resultando em eventos meteorológicos extremos mais frequentes e intensos. Fenômenos como os temporais ocorridos no Rio Grande do Sul, ocorridos entre abril e maio de 2024, podem causar danos substanciais à infraestrutura da rede de energia elétrica. Infelizmente, esse cenário climático tende a repetir-se. Apenas em 2023, o Brasil registrou 12 eventos climáticos extremos , incluindo cinco ondas de calor, três chuvas intensas, uma onda de frio, uma inundação, uma seca e um ciclone extratropical. Nove desses eventos foram considerados incomuns e dois sem precedentes. Esses números evidenciam o crescimento na severidade e frequência desses fenômenos. Para mitigar esses impactos, tecnologias avançadas têm sido implementadas para monitoramento remoto e gestão da vegetação. Quer entender como essas tecnologias estão transformando a forma como enfrentamos os desafios climáticos? Continue a leitura! Principais impactos dos eventos climáticos extremos na rede elétrica Os eventos climáticos extremos afetam a rede de energia elétrica de várias maneiras, desde o comprometimento da infraestrutura até o aumentando exacerbado da demanda. Abaixo você encontra alguns dos principais desafios: 1. Danos físicos às infraestruturas Ventos fortes provocados por furacões, tufões e tempestades severas podem derrubar linhas elétricas, postes e torres de transmissão, resultando em cortes generalizados de energia. Chuvas intensas podem causar inundações, que submergem equipamentos elétricos e resultam em curtos-circuitos ou incêndios. O calor extremo pode causar superaquecimento e falha em transformadores e outros componentes essenciais da rede. 2. Aumento da procura de eletricidade Durante ondas de calor ou de frio, a demanda por eletricidade aumenta significativamente, pois as pessoas utilizam mais seus sistemas de ar-condicionado ou aquecimento. Se a rede elétrica já opera próxima de sua capacidade máxima, esse aumento na demanda pode sobrecarregar o sistema, levando a apagões ou quedas de energia. 3. Danos às redes de comunicação Os eventos climáticos extremos também podem dificultar o monitoramento e controle eficaz da rede elétrica pelos operadores. Sem informações em tempo real sobre o estado da rede, a capacidade de resposta a problemas é comprometida, aumentando o risco de falhas em cascata que podem afetar uma grande quantidade de consumidores. 4. Efeito nas fontes de energia renováveis As fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, também são vulneráveis a eventos climáticos extremos. Furacões podem danificar turbinas eólicas e painéis solares, por exemplo. Além disso, condições climáticas severas podem resultar na diminuição da luz solar e da velocidade do vento, reduzindo a capacidade de geração de energia. 5. Dificuldade na manutenção e reparo A realização de manutenção e reparos na rede elétrica torna-se mais difícil e perigosa durante eventos climáticos extremos. Ventos fortes ou relâmpagos, por exemplo, podem impedir que as equipes de serviços públicos trabalhem nas linhas de energia. Como resultado, o tempo de interrupção do serviço pode ser prolongado, gerando ônus financeiro e insatisfação dos consumidores. Tecnologias para Mitigar os Impactos dos Eventos Climáticos Extremos Apesar dos eventos climáticos extremos representarem um grande desafio para a resiliência da rede de energia elétrica, diversas tecnologias avançadas estão sendo implementadas para mitigar esses impactos. Alguns exemplos mais notáveis são: 1. Previsão meteorológica avançada Tecnologias de previsão meteorológica avançadas possibilitam previsões mais precisas de eventos climáticos severos. Ferramentas de modelagem melhoradas permitem que operadores de rede e empresas de serviços públicos se preparem com antecedência para fenômenos, facilitando a implementação de estratégias de mitigação. 2. Controle e monitoramento remoto A implementação de dispositivos IoT (Internet das Coisas) e sensores em toda a rede elétrica oferece monitoramento contínuo da integridade dos equipamentos e das condições climáticas. Uma vez que os dados são em tempo real, os operadores conseguem identificar problemas potenciais antes que se tornem crises, evitando interrupções generalizadas. 3. Análise preditiva O uso de análises avançadas e algoritmos de aprendizado de máquina possibilita a análise de dados históricos e condições atuais para prever falhas em equipamentos ou distúrbios na rede durante eventos climáticos extremos. Assim, as concessionárias podem priorizar a manutenção e alocar recursos de maneira eficiente para minimizar o tempo de inatividade. 4. Recursos energéticos distribuídos (DERs) DERs, como painéis solares, turbinas eólicas e sistemas de armazenamento de baterias fornecem energia de reserva em momentos críticos. A integração desses recursos distribuídos na rede, facilitada por tecnologias de redes inteligentes, resulta em uma distribuição de energia mais sólida, algo especialmente útil durante eventos climáticos extremos. 5. Microrredes Microrredes são sistemas de energia localizados que podem operar independentemente da rede elétrica principal. Alimentadas por uma combinação de fontes renováveis, sistemas de armazenamento e geradores de reserva, essas redes locais garantem um fornecimento de energia estável para instalações essenciais como hospitais e abrigos de emergência. 6. 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O uso de softwares que mapeiam a vegetação e utilizam inteligência artificial para definir a poda das áreas com maior risco é essencial. Já existem soluções no mercado que oferecem essa gestão e monitoramento constantes, automatizando o serviço e reduzindo significativamente os riscos de interrupções causadas por vegetação. Consciência situacional nos centros de operação Além disso, melhorar a consciência situacional nos Centros de Operação é vital para reduzir o tempo de restabelecimento do sistema elétrico. Softwares baseados em inteligência artificial atuam como assistentes inteligentes, ajudando operadores a analisar dados e tomar decisões mais rapidamente durante emergências. A adoção dessas tecnologias permite uma preparação melhor, uma resposta mais eficiente e uma recuperação mais rápida diante de eventos climáticos extremos, aumentando a resiliência e a confiabilidade da rede elétrica em condições meteorológicas cada vez mais severas. Adicionalmente, é fundamental realizar esforços contínuos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para mitigar os impactos das alterações climáticas e promover um futuro energético mais sustentável.
Por Concert Technologies 27 de agosto de 2025
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Por Concert Technologies 26 de agosto de 2025
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Por Concert Technologies 26 de agosto de 2025
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Por Concert Technologies 31 de julho de 2025
A relação entre a indústria aeroespacial e o desenvolvimento do setor elétrico pode não ser imediatamente óbvia para muitos, mas essa conexão está na base de inovações essenciais que moldam a forma como geramos e distribuímos energia. Tecnologias derivadas do espaço, como a sincronização de sistemas de proteção e o monitoramento detalhado de vegetação via satélite, são exemplos de como a expertise aeroespacial está impactando diretamente a eficiência e a segurança da rede elétrica. Atualmente, a importância dessa integração tecnológica é mais evidente do que nunca. O custo de lançamentos espaciais caiu drasticamente, com uma redução de mais de 95% desde o início dos anos 2000, facilitando o acesso a tecnologias de ponta que antes eram exclusivas de grandes agências espaciais, é o que mostra um relatório do banco Citi . Essa redução de custos está permitindo que empresas em todo o mundo utilizem dados de satélites para aprimorar a gestão de recursos críticos, como a energia elétrica, melhorando aspectos como a confiabilidade e a sustentabilidade de suas operações. Saiba mais sobre assunto no artigo! Monitoramento e gestão de vegetação No Brasil, onde cerca de 30% a 40% das falhas na distribuição de energia são causadas pelo contato de árvores com linhas de transmissão, a fusão de dados de imagens de satélite com outras fontes de informação tem o potencial de otimizar o gerenciamento de ativos no setor elétrico. Para mitigar esses riscos, a integração de tecnologias espaciais, como imagens de satélite, com Sistemas de Informação Geográfica (GIS) tem se mostrado uma solução eficaz. A combinação de dados de satélites com outras fontes de informação permite que as concessionárias monitorem, em tempo real, a vegetação que ameaça suas redes, identificando as áreas que necessitam de intervenção. Sistemas avançados de Inteligência Artificial (IA) são então empregados para classificar as árvores , gerenciar seu ciclo de crescimento e gerar planos operacionais de poda . Dessa maneira, as equipes de manutenção podem atuar de forma proativa, antes mesmo que haja uma intercorrência. Além disso, essas tecnologias permitem a otimização das rotas das equipes de poda, que são monitoradas por sistemas de posicionamento como GPS ou outros serviços GNSS. O resultado é a melhora a eficiência das operações e a redução nos custos operacionais, uma vez que podas desnecessárias são evitadas, liberando recursos para áreas de maior risco. Sincronização precisa como base da segurança energética No setor elétrico, a sincronização precisa dos sistemas de proteção é um fator crítico para a segurança e a eficiência da distribuição de energia. Os sistemas elétricos modernos dependem fortemente de dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs) que precisam operar de maneira síncrona para garantir a estabilidade e a proteção de toda a rede. Essa sincronização é obtida por meio de receptores de satélite , como os do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), que incluem constelações como GPS, Beidou, Glonass e Galileo. Os satélites fornecem informações temporais com precisão milimétrica , o que é essencial para que os IEDs funcionem de forma coordenada em toda a infraestrutura elétrica. A falta de sincronização adequada pode levar a falhas em cascata, resultando em apagões ou danos a equipamentos críticos. Além disso, a integração dessas tecnologias espaciais no setor elétrico está alinhada com as metas globais de desenvolvimento sustentável . A redução dos custos de lançamento de satélites, juntamente com os avanços em sensores de alta resolução, está tornando essas soluções mais acessíveis e eficazes. Medição Fasorial Sincronizada Baseada em dados precisos fornecidos por satélites GNSS, a MFS (Medição Fasorial Sincronizada) permite a mensuração em tempo real das formas de onda de tensões e correntes elétricas , além de suas respectivas relações de fase. Feitas com uma precisão milimétrica, elas permitem uma resposta rápida e eficaz a quaisquer anomalias na rede. Os equipamentos responsáveis por essas medições, conhecidos como Phasor Measurement Units (PMUs), capturam dados a cada milissegundo , oferecendo uma visão detalhada do comportamento da rede elétrica. Com essas informações, é possível ajustar o sistema em tempo real, evitando falhas que poderiam causar interrupções de energia em larga escala. Dois setores da economia com uma relação íntima Como vimos, a integração das tecnologias aeroespaciais no setor elétrico já é um fato e elas estão presentes nas empresas de energia. Essa é uma demonstração de como a colaboração entre diferentes indústrias pode resultar em inovações que transformam a maneira como geramos, transmitimos e distribuímos energia. Tecnologias como a sincronização precisa dos sistemas de proteção até o monitoramento avançado da vegetação e a medição fasorial sincronizada deixaram de ser projeções para o futuro para tornarem-se realidades que estão moldando um futuro mais seguro e eficiente para a energia elétrica. 
Por Concert Technologies 31 de julho de 2025
Quando vale terceirizar o comissionamento? Os 4 sinais de que seu processo precisa de reforço técnico O comissionamento é a etapa final antes da energização de sistemas elétricos, quando todos os equipamentos e interfaces são testados e validados para operar com segurança. Um único erro nessa fase pode gerar retrabalhos, atrasos e impactos significativos no orçamento do projeto. Contar com a expertise certa no momento adequado faz toda a diferença para cumprir prazos rigorosos e manter os padrões de qualidade.  1. Cronograma apertado e volume de projetos Em cenários de múltiplos empreendimentos simultâneos, a equipe interna pode ficar sobrecarregada pelos prazos cada vez mais restritos. Expansões de subestações, conexão de novas usinas renováveis e projetos de modernização podem se acumular, tornando inviável atender a todos os comissionamentos no prazo desejado apenas com a equipe interna. Cada dia de atraso na energização de uma subestação ou linha nova representa custos extras e até risco de multas. Trazer um time de especialistas para cuidar da etapa de comissionamento traz benefícios como processos bem definidos e mão de obra experiente, comprovada e disponível para conseguir cumprir prazos desafiadores. Parceiros especializados conseguem mobilizar equipes extras com agilidade, sem comprometer a qualidade dos testes, aliviando os gargalos operacionais do time interno. Assim, mesmo com o volume de projetos em alta, o cronograma original de cada obra tende a ser mantido. 2. Falta de especialistas em alta tensão, automação ou proteção Com a aposentadoria de profissionais seniores, as concessionárias perdem conhecimento valioso acumulado ao longo de décadas. Substituir esses talentos exige processos de recrutamento e treinamento que podem levar meses, devido à especificidade das atividades, equipamentos e sistemas legados, o que afeta a agilidade nos testes. Além disso, o processo de admissão e desligamento envolve uma série de custos administrativos: seleção, exames, encargos trabalhistas e rescisões. Cada contratação torna-se um investimento de médio prazo, nem sempre compatível com a urgência ou a duração pontual de um projeto. Terceirizar o comissionamento possibilita acesso imediato a engenheiros e técnicos especializados. Parceiros dedicados mantêm equipes com atualização contínua e know-how construído em múltiplos projetos. Dessa forma, a expertise necessária permanece disponível sem a necessidade de criar novas vagas internas, permanentes ou temporárias. Assim, a empresa garante a continuidade das operações mesmo com a renovação natural do seu quadro interno. 3. Projetos complexos exigem articulação entre múltiplos fornecedores Grandes empreendimentos elétricos envolvem uma diversidade de fabricantes e sistemas: relés de proteção de diferentes marcas, controladores lógicos programáveis, equipamentos de medição, sistemas de supervisão e controle (SCADA), entre outros. Integrar todos esses componentes é um desafio constante. Pequenas incompatibilidades de protocolo, diferenças de configuração ou falta de padronização podem gerar falhas de interface difíceis de diagnosticar, resultando em atrasos e retrabalho. Ajustes de comunicação e coordenação demandam tempo e conhecimento especializado, algo que equipes terceirizadas já enfrentam, podendo, inclusive, antecipar problemas de integração. Nesse caso, os testes integrados validam a interoperabilidade de todo o conjunto antes da energização. Ou seja, ao atuar de forma neutra entre as partes, parceiros terceirizados podem agilizar a solução de qualquer incompatibilidade técnica. 4. Planejamento trava o andamento do projeto A elaboração de cronogramas detalhados e de Programas de Atuação (PA) é crucial para obter as liberações necessárias para atuar no sistema e manter o fluxo contínuo das atividades. Documentos de planejamento incompletos ou inconsistentes logo viram um gargalo. (ONS não avalia PA). Replanejamentos de última hora são desgastantes e podem implicar custos adicionais, além de prejudicar o relacionamento com fornecedores. Ao contar com parceiros especializados em comissionamento, esse risco diminui drasticamente. Empresas de engenharia focadas em outsourcing usam metodologias ágeis de gestão e modelos de planos de teste padronizados, baseados em lições aprendidas na relação com diversos agentes, geralmente em anos (ou décadas) de experiência. Etapas bem mapeadas e documentação consistente desde o início evitam idas e vindas e previnem revisões de última hora que parariam o projeto. Por que terceirizar o comissionamento faz sentido Terceirizar o comissionamento não significa perder o controle – mas, sim, ampliar a capacidade de execução com qualidade, segurança e responsabilidade. Os quatro pontos acima servem como sinais de alerta: quando o volume de projetos explode, faltam especialistas internos, a complexidade de integração é alta ou o planejamento começa a patinar, vale considerar reforço externo. Empresas em todo o mercado já adotam essa estratégia. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, 80% das empresas brasileiras terceirizam algum setor e destinam 18,6% de seus orçamentos a serviços terceirizados. Em vez de sobrecarregar a equipe própria ou correr riscos desnecessários, recorrer a um parceiro de comissionamento confiável, traz a possibilidade de cumprir os prazos com os padrões de qualidade mantidos. Se você reconheceu algum desses desafios, conheça as soluções de comissionamento da Concert Engenharia e fortaleça a performance da sua equipe. 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