Modernização de subestações: é melhor substituir ou atualizar RTUs?
O setor elétrico global passa por uma transformação tecnológica profunda. Modernizar a infraestrutura de redes – incluindo subestações – tornou-se um movimento mundial, impulsionado pela digitalização e pela transição energética em direção a fontes limpas. Nas palavras da Agência Internacional de Energia: “Redes modernas, inteligentes e expandidas são essenciais para transições energéticas bem-sucedidas.”
Não por acaso, grande parte das concessionárias já iniciaram projetos de modernização de suas subestações, integrando recursos de smart grid, renováveis distribuídas e sistemas mais inteligentes.
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Esses equipamentos, que coletam dados de medição, enviam para o centro de controle, e recebem comandos para atuar disjuntores, seccionadoras e outros equipamentos em tempo real, também necessitam de modernização. Porém, como veremos a seguir, atualizar RTUs legadas (antigas) traz desafios (e oportunidades) consideráveis e que podem ser traduzidas em economia de tempo e dinheiro para concessionárias.
Quer entender melhor quais são esses desafios – e as oportunidades que surgem ao superá-los? É só continuar lendo!
Desafios na Atualização de RTUs
Mesmo diante de tantas inovações, muitas concessionárias ainda operam RTUs instaladas há décadas. Lidar com esses sistemas legados não é trivial. Entre os principais desafios para atualizar ou substituir RTUs antigas, destacam-se:
· Obsolescência e suporte técnico precário: Equipamentos legados sofrem com a falta de peças de reposição e com fornecedores que já descontinuaram esses produtos, dificultando reparos e manutenção. Em certos casos, a RTU foi descontinuada pelo fabricante, forçando a empresa a buscar uma mudança não planejada.
· Limitações de integração: RTUs antigas frequentemente não conseguem interfacear com dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs) modernos ou suportar protocolos atuais de comunicação. Por exemplo, muitas não oferecem compatibilidade com padrões como IEC 61850, DNP3 ou mesmo IP, o que impede aproveitar totalmente os novos recursos de automação. Protocolos legados não permitem explorar o volume e a qualidade de dados que os equipamentos atuais podem fornecer, criando ilhas de informação.
· Confiabilidade reduzida e alto custo de manutenção: Sistemas instalados há 20 ou 30 anos estão mais sujeitos a falhas e interrupções. Componentes envelhecidos podem apresentar problemas de confiabilidade, elevando o risco de panes na subestação. Além disso, a manutenção torna-se mais onerosa – seja pela escassez de peças e conhecimento especializado, seja pela necessidade de intervenções frequentes para manter equipamentos antiquados operando. O resultado são custos operacionais crescentes ao longo do tempo e dificuldade em atingir os níveis de desempenho e disponibilidade exigidos atualmente.
· Dependência de conhecimento específico: A operação de RTUs legadas muitas vezes depende de profissionais experientes familiarizados com aquela tecnologia antiga. Treinar novas equipes em plataformas obsoletas é demorado – um engenheiro pode levar 2 a 3 anos para dominar plenamente um sistema legado complexo. Isso gera grande dependência de poucos especialistas, o que representa um risco à continuidade do negócio caso essas pessoas se aposentem ou saiam da empresa.
· Riscos à segurança cibernética: RTUs projetadas em outra época nem sempre suportam os recursos modernos de cybersecurity. Atualizações de firmware e patches de segurança podem não estar mais disponíveis ou ser difíceis de aplicar. Assim, vulnerabilidades conhecidas permanecem expostas, aumentando o risco de incidentes de segurança. Além disso, a falta de segregação de redes e de suporte a criptografia nos equipamentos legados dificulta a conformidade com padrões atuais de segurança, como as exigências regulatórias (por exemplo, CIP no setor elétrico norte-americano).
Substituir vs. Modernizar Gradualmente
Diante dos obstáculos mencionados, duas estratégias gerais se apresentam para modernizar as RTUs: a substituição completa do sistema legado por um novo, ou a modernização gradual (modular) aproveitando parte da infraestrutura existente.
Cada abordagem possui vantagens e desvantagens em termos de investimento, retorno e praticidade de implantação.
Substituição completa
A substituição completa consiste em trocar a RTU legada por um equipamento novo de última geração, reinventando totalmente o sistema de automação da subestação. Essa abordagem permite atualizar toda a tecnologia de uma só vez, eliminando imediatamente as limitações antigas e garantindo compatibilidade com protocolos modernos, exigências de cibersegurança e demais padrões atuais.
Por outro lado, essa estratégia envolve um investimento inicial elevado e concentrado, já que exige a aquisição de novos IEDs, controladores e serviços de instalação. Também demanda maior tempo de parada da subestação, pois é necessário remover o sistema antigo e comissionar o novo integralmente.
O processo traz complexidade adicional ao exigir a atualização simultânea de todos os esquemas de fiação, desenhos e pontos de SCADA, o que representa esforço significativo de engenharia e testes. Além disso, a equipe precisa ser treinada no novo sistema, o que amplia a curva de aprendizado.
Em resumo, embora resolva os problemas técnicos de forma definitiva, a modernização requer alto investimento, tempo de implementação e um planejamento rigoroso para garantir uma transição segura.
Modernizar Gradualmente
A modernização gradual adota uma estratégia modular, com atualizações por etapas e o aproveitamento da infraestrutura já instalada. Em vez de substituir toda a RTU e os painéis de uma só vez, trocam-se apenas os componentes obsoletos, como a CPU ou placas específicas, mantendo-se os cabos de campo, gabinetes e infraestrutura originais quando viável.
Com a reutilização de parte do sistema, muitas vezes evita-se a necessidade de refazer todo o cabeamento, o que economiza tempo de comissionamento e mão de obra. Há casos em que upgrades foram realizados em menos de um dia por subestação — um ganho considerável em comparação às paradas prolongadas exigidas por uma substituição completa.
Do ponto de vista da engenharia, também há benefícios: não é necessário redesenhar todos os esquemas, o que pode reduzir drasticamente o esforço de projeto — . Além disso, ao estender a vida útil dos ativos existentes, como painéis e fiação, o retorno sobre o investimento tende a ser mais atrativo; há estudos de caso apontando reduções de até 60% no custo total do projeto com essa abordagem.
Apesar dessas vantagens, é importante considerar que a modernização incremental pode gerar uma convivência temporária entre tecnologias antigas e novas, exigindo atenção à interoperabilidade. Algumas limitações dos equipamentos legados podem persistir até que sejam atualizados nas fases seguintes. Ou seja, a modernização gradual exige planejamento técnico detalhado para assegurar compatibilidade, desempenho sustentáveis ao longo do tempo.
A solução da Concert Technologies em parceria com a Minsait
Na hora de modernizar uma subestação, um dos grandes dilemas é: como avançar tecnologicamente sem ter que desmontar toda a estrutura já existente? Foi pensando nisso que a Concert Technologies, em parceria com a Minsait, passou a oferecer ao mercado brasileiro uma solução prática, segura e econômica para atualização de RTUs.
O grande destaque dessa parceria é o módulo controlador NTX, que permite modernizar remotas legadas sem a necessidade de substituir todo o painel ou refazer cabeamento. Em vez de uma troca completa, o NTX se adapta aos painéis existentes – como os modelos D20 da GE ou Telegyr 5700 da Siemens/LG – e atualiza apenas os componentes críticos. O resultado? Uma economia que pode chegar a até 60% em relação a uma substituição tradicional.
A solução é oferecida em duas versões principais:
· NTX‑U20, voltado para painéis GE D20 e D400;
· NTX‑U57, compatível com as RTUs LG/Siemens Telegyr 5700.
Além da compatibilidade com protocolos amplamente utilizados no setor – como DNP3, Modbus e IEC 60870 –, os módulos NTX oferecem recursos como diagnóstico remoto, suporte a redes IP e melhorias significativas em cibersegurança. Tudo isso com implantação rápida e mínima intervenção no dia a dia da subestação.
Na prática, essa abordagem modular e escalável é ideal para concessionárias que querem evoluir sua infraestrutura sem grandes interrupções, preservando investimentos anteriores e ganhando tempo para planejar outras etapas da modernização.
Para otimizar a integração do módulo NTX ao ambiente existente, organizamos um processo faseado que começa com um mapeamento colaborativo das rotinas operacionais, segue com workshops de alinhamento prático e culmina em um plano de implantação adaptável às particularidades de cada subestação.
Durante essa jornada, disponibilizamos treinamentos direcionados aos operadores e relatórios periódicos de desempenho, de modo a ajustar continuamente os fluxos de dados e os procedimentos de manutenção.
Conclusão
Falar em modernizar subestações hoje vai muito além de trocar um equipamento antigo por outro mais novo. É uma decisão estratégica, que impacta diretamente a segurança, a eficiência operacional e a capacidade de acompanhar as transformações do setor elétrico.
Em muitos casos, a modernização pode até fazer sentido. Mas, na prática, a modernização gradual tem se mostrado uma alternativa mais flexível, econômica e adaptável à realidade das utilities brasileiras. Principalmente quando é possível aproveitar parte da infraestrutura já existente e reduzir o tempo de parada das subestações.
Nesse cenário, contar com parceiros que conhecem de perto os desafios do setor e oferecem soluções testadas no mercado internacional faz toda a diferença. É isso que buscamos com a parceria entre a Concert Technologies e a Minsait: viabilizar a modernização das remotas de forma inteligente, com menos impacto para a operação e mais preparo para o futuro da rede.
Quer levar essa modernidade para sua subestação? Fale com nossos especialistas!
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